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A dorsalgia é a síndrome clínica caracterizada por dor na região torácica posterior. A dor nessa região pode estar relacionada às estruturas ósseas (12 vértebras torácicas), à musculatura, aos tecidos adjacentes e às vísceras intratorácicas ou intra-abdominais. A dorsalgia é mais frequentemente decorrente de alterações musculoesqueléticas, que podem estar relacionadas a alterações posturais para atividades da vida diária e do trabalho. Podem ainda ser decorrentes de lesões traumáticas (fraturas de vértebras, costelas ou luxações), inflamatórias, osteoporose e alterações degenerativas. Outras causas de dor podem estar relacionadas a osteomielite vertebral, anormalidades congênitas da coluna ou do tórax (escoliose, hipercifose), artrite infecciosa, doença de Paget, epifisite vertebral infecciosa, lesões vertebrais por tumores e herniação discal torácica.

Duração dos sintomas e os prognósticos das formas aguda, subaguda e crônica da dor:

Aguda

Duração dos sintomas – menos de 6 semanas

Prognóstico – 60% dos pacientes recuperam a função dentro de 1 mês

Subaguda

Duração dos sintomas – 6 a 12 semanas

Prognóstico – 90% dos pacientes recuperam a função dentro de 3 meses

Crônica

Duração dos sintomas – 12 semanas ou mais

Prognóstico – Pouquíssima tendência a regredir

Em geral, o tratamento dos pacientes classificados nos grupos de bom prognóstico deve consistir em medidas de suporte, evitando procedimentos cirúrgicos, pois, podem causar mais danos do que benefícios. Já os pacientes que não conseguem obter a melhora esperada devem ser reavaliados e devem ser realizados outros exames diagnósticos para se excluir a existência de distúrbios ocultos potencialmente graves.

Tipos de Dorsalgia

A classificação etiológica dos quadros dolorosos dorsais envolve alguns grandes subgrupos sob o ponto de vista ortopédico: neoplásicos, metabólicos, degenerativos, traumáticos, estruturais e infecciosos. Abordando os casos causados por fatores degenerativos e traumáticos, a espondilose é um processo que afeta todos os níveis da coluna vertebral, e consiste em alterações degenerativas progressivas dos discos intervertebrais, corpos vertebrais, facetas articulares e estruturas cápsulo-ligamentares. A espondilose acompanha o envelhecimento humano, sendo muitas vezes difícil diferenciar alterações normais do avanço da idade com alterações fisiopatológicas potencialmente causadoras de dor. Alterações bioquímicas e biomecânicas envolvidas nos processos degenerativos são causas frequentes de dor ao nível da coluna vertebral dorsal e lombar, mas o diagnóstico diferencial com outras patologias deve sempre ser considerado. A dorsalgia traumática é o principal fator etiológico. Nesta categoria se incluem as distensões musculo-ligamentares, contusões e fraturas. A história de trauma, esforço físico exagerado e atividade laboral em posições anormais são bem frequentes e auxiliam no momento da avaliação. O exame radiográfico é útil para avaliação e diagnóstico. O exame físico geralmente localiza o ponto álgico, onde é frequente a contratura da musculatura paravertebral, a dor costal ou intercostal e a limitação funcional antálgica moderada.

O tratamento fisioterapêutico varia de acordo com a fase da doença: aguda, subaguda e crônica. Pacientes que foram corretamente tratados nas fases aguda e subaguda de recuperação com exercícios realizados de forma apropriada provavelmente terão comprometimentos mínimos, que não impedirão ou restringirão as atividades diárias. Porém, pessoas que precisam manusear materiais pesados ou que trabalham com atividades de alta demanda, podem precisar de um treino adicional de reabilitação. Isso fará com que o retorno se dê com segurança a essas atividades de alta demanda, para evitar uma nova lesão. Nesse estágio é importante enfatizar o condicionamento e o controle da coluna durante as atividades de alta intensidade e repetitivas.

FONTE: STUMP, P et al. Dorsalgias. Revista Medicina, São Paulo, 80, ed. esp. pt.2, p. 335-340, 2001. / Blog Fisioterapia | nov 21, 2017 | Fisioterapia Ortopédica |